QUINTINO – o outro lado da sacanagem

A peça traz  à  cena  a polêmica luta de Quintino, líder camponês assassinado por latifundiários, em 1985. Segundo o Diretor da peça, Luiz Otávio Barata, entre tantas outras vítimas dos conflitos de terra, Quintino foi escolhido para dar título à peça, por ter sido um líder carismático, espontâneo e que mobilizou toda a Milícia estadual em sua caçada. O grupo produziu um dossiê sobre a vida e atividades do guerrilheiro, que ao longo da sua trajetória, foi mostrado como uma figura contraditória: angariou inimigos e admiradores.
O espetáculo estreou em dezembro de 1985 e após longas análises, a criação coletiva evolui para o contexto maior das questões agrárias, tendo Quintino apenas como um gancho: “Nós procuramos mostrar a reação do sistema diante de personalidades como Quintino, na medida em que elas ameaçam o próprio sistema e os interesse de entidades como como a União 
Democrática Ruralista”, afirmou Luiz Otávio Barata. A peça foi apresentada em vários municípios do Pará, dentre estes, a Gleba Cidapar, em Vizeu Pará, berço de Quintino, além de Capanema, Bragança, Castanhal, entre outros. A montagem da peça só foi possível, graças a convênio firmado entre o Ministério da Reforma Agrária e o Instituto Nacional de Artes Cênicas.
Com linguagem simples e personagens interioranos, os textos rimados, o enredo é desenvolvido de uma forma clara, nas cenas por onde desfilam: vaqueiros, fazendeiro, juiz, Quintino, boi-terra, posseiros, beatas e outros personagens que representam a universo do desenvolvimento do tema. 
Diário do Pará, Caderno D, 19 de janeiro de 1987.